Protótipo e Biografia - parte II - Sejam realistas, exijam o impossível

sexta-feira, 17 de abril de 2009


"A imagem que permanece para mim de 68 é "Nós somos todos judeus alemães". É um slogan, e foi o grito de milhares de pessoas nas manifestações, que gritavam "todos nós somos judeus alemães", sejam negros, judeus, árabes, brancos. Para mim, isso simboliza esse espírito de solidariedade multirracial da época. Eu tenho um sentimento de reconhecimento. Estou muito kitsch (...) Isso me faz chorar... Estar em uma sociedade onde você tem a impressão de estar sozinho e, de repente, não está sozinho. É um senso de comunidade."

Daniel Cohn-Bendit
Líder do Maio de 68 na França, hoje do Parlamento Europeu


Dia 22 de março de 68, jovens franceses liderado por Cohn-Bendit ocuparam a torre da universidade de Nanterre. Quase dois meses depois cerca de 10 mil estudantes entram em conflito com a polícia em frente ao Quartier Latin, em Paris, protestando contra o Fechamento da Sorbonne. Em oposição a inscrição oficial "É Proibido Colar Cartazes - Lei de 29/07/1881", aparece o grafite "É Proibido Proibir - Lei de 10/05/1968", na mesma noite, 10 de maio acontece a Noite das Barricadas, quando 20 mil estudantes confrontam a polícia



"Conduzido pelo desejo ardente, eu caí no Círculo de Fogo"

Essa musica de 63 do "Man In Black", traduz o que foi 68. Segundo o jornalista Zoenir
Ventura em entrevista a Revista PLAYBOY, eles fizeram tudo aquilo na França porque queriam
dormitórios mistos, era por sexo mesmo! Verdade ou não, o Maio de 68 marcou o mundo,
houveram reflexos por toda a Europa, EUA e também no Brasil. O Grafite de 10 de maio virou
letra de música de Caetano Veloso nas guitarras elétricas da tropicália:


"E eu digo Não ao Não"
O auge das rebeliões ocorreu com a Passeata dos Cem Mil, no Rio de Janeiro, em 26 de Junho de 68, quando foi realizado o mais importante protesto contra a ditadura militar até então.A manifestação, iniciada a partir de um ato político na Cinelândia, pretendia cobrar uma atitude do governo frente aos problemas estudantis e, ao mesmo tempo, refletia o descontentamento crescente com o governo militar. Dela, participaram também intelectuais, artistas, padres e um grande número de mães.
Em Dezembro do mesmo ano o decreto AI-5 entra em vigor.

O Ato Institucional Número Cinco foi o quinto de uma série de decretos emitidos peloregime militar brasileiro nos anos seguintes ao Golpe militar de 1964 no Brasil. Redigido pelo ministro da justiça Luís Antônio da Gama e Silva em 13 de dezembro de 1968, o ato veio em represália à decisão da Câmara dos Deputados que se negara a conceder licença para que o deputado Márcio Moreira Alves fosse processado por um discurso pedindo ao povo brasileiro que boicotasse as festividades do dia 7 de Setembro. Mas o decreto também vinha no correr de um rio de ambições, ações e declarações pelas quais a classe política fortaleceu a chamada linha dura do regime instituído pelo Golpe Militar. O Ato Institucional Número Cinco, ou AI-5, foi um instrumento de poder que deu ao regime poderes absolutos e cuja primeira consequência foi o fechamento do Congresso Nacional por quase um ano.
Fonte: Wikipédia

Talvez a cultura tenha sido a área que mais se desenvolveu no período em que o Mundo
inteiro tremeu diante da força da juventude, que tinha como um dos lemas: "Não confie em
Ninguém com mais de 30". Esse ano, os protestos completam 41 anos.



"O céu guarda um lugar para aqueles que rezam"

Cena do Filme "The Graduate"
Essa música e essa foto são do filme "The Graduate", que no Brasil foi traduzido como "A primeira noite de um homem", de 1967, um ano antes dos conflitos. O filme lançou tanto a dupla, Simon and Grafunkel, aos palcos do mundo, e as bocas dos jovens, mas também o estreante Dustin Hoffman. Do diretor Mike Nichols, o filme conta a historia de um rapaz, que ao terminar a universidade, volta para a casa dos pais, meio perdido em relação ao o que fazer do seu futuro, começa a ter um caso com a mulher do melhor amigo do pai, a tal Mrs. Robinson. O problema é quando o jovem conhece a filha de Mrs. Robinson. O ápice (spoiler!) é quando ele rouba a tal menina do altar, em que iria se casar com o filho de um figurão. O filme é uma afronta ao Way of Life americano. Digo que todos os jovens do mundo queriam, naquele período, ser Benjamim Bradokk, o jovem do filme. Mas como, confusos e sem esperança, não conseguiram dormir e aprender com a atraente "Mrs. Robinson", que era o estilo de vida e política da época, resolveram roubar a filha também confusa do altar da mesmisse. A isso eu chamo 1968

Cohn-Bendit (centro) e os jovens no 22 de março de 68
dormitórios mistos e "imaginação ao poder"

Continua!

1 tiros:

# disse...

ei matador..

mande seu e-mala aí.


francisco.latorre

franxz@gmail.com

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